segunda-feira, 3 de setembro de 2007

O QUE ACONTECEU A BETTY LEMON




5 SETEMBRO - 22 H - ESTREIA

Teatro Estúdio Fontenova

Espectáculo para maiores 16 anos
Duração aproximada 60 minutos

INATEL
Praça da República
2900 Setúbal

Bilhetes: 6€
Descontos: 4€ (desconto para estudantes, menores de 25, maiores de 65, aderentes PIN Cultura e sócios INATEL)




Lady Betty Lemon, viúva de um deputado, estropiada por tudo o que a idade acarreta, recebe uma carta a informá-la que ela foi eleita Mulher deficiente do ano. Isto horrorizou-a. Ela passa os 45 minutos seguintes ensaiando um discurso que nunca fará e protestando a favor de todos os ficaram deficientes por medo aos seus padres, charlatães, políticos carismáticos, casamentos, professores ignorantes e pais fanáticos. A certa altura a sua cadeira de rodas motorizada ganha vida própria – mais uma das vicissitudes da sua vida. A única peça surrealista dentro do cânon e aquela que o autor descreve como ‘um auto-retrato de desafio e desespero’.

A forma como a degradação da idade influência a qualidade de vida das pessoas idosas que, muitas das vezes, ainda muito lúcidas mas com grandes dificuldades físicas que a idade impõe cruelmente – as dores das artroses são impeditivas de uma movimentação que acompanhe a velocidade de discernimento mental – a fala que não consegue acompanhar a ligeireza do pensamento – são complementos que ajudam a criar um mundo, um círculo onde vivem com a sua solidão.
A solidão, o passar do tempo, as recordações o diálogo com os objectos que ganham vida própria e a esperança vã de falar com a filha, constituem o universo, o mundo de Betty Lemon.
A única ligação com o exterior é muito impessoal e distante e, por vezes, tão movimentada e frenética que é impossível de acompanhar, como no caso da TV e do telefone que é atendido por uma máquina.
Quando tudo já é suficientemente difícil e penoso eis que surge mais uma dificuldade a cadeira de rodas motorizada, que está para a servir, desobedece e revolta-se na sua condição e quer ocupar o lugar do laço que é o único que tem direito a ter as atenções da velha senhora e que nada faz por ela.
A indignação de Betty Lemon, à sua nomeação, como mulher deficiente do ano, motiva um retrato da sociedade que tem muitos deficientes, que mereciam ser condecorados e que não são reconhecidos como tal.



FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA:
Texto: Arnold Wesker; Tradução: Eduardo Dias e Rafaela Bidarra; Encenação, Espaço cénico e Desenho de Luz: José Maria Dias; Banda sonora e Caracterização: Eduardo Dias; Interpretação: Graziela Dias; Figurino: Graziela Dias; Montagem, Operação luz e Som: Júlio Mendão; Rádio controle: Hobbyset – Nuno Jesus e Ricardo Marques; Agradecimentos: Centro Distrital de Segurança Social de Setúbal, Manuel Ernesto e Anita Vilar.

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